Yin e Yang
Celebra-se hoje, no Brasil, um dia muito especial: o Dia dos Namorados. Um dia que pode ser compreendido de várias maneiras, entre elas o dia da solidão ou dos amantes. Dia do chocolate adoidado, do sorvete, das flores e dos perfumes, dos carros de som ou dos pedidos de casamento… Dia do fim, dia do ‘vamos dar um tempo’, dia do ‘precisamos discutir a relação’… Variadas possibilidades dentro desse Universo particular nos quais muitos namorados e namoradas se embrenham calorosamente em suas bolhas ambulantes, esperando que o mundo lá fora se desintegre e que eles possam ser ‘felizes para sempre’.
Em tempos de namoro quarentenado, seria até saudável viver assim, mas como demonstrar o Amor sem o toque, sem o aconchego, sem o que nos faz humanos? Acredito que cada casal, trisal ou o nome que queira dar, encontrará seus meios, afinal toda a forma de amar vale a pena. Incluindo aquela que nos parece egoísta, mas que a meu ver, deve ser tão respeitada quanto as demais: o forever alone!
Fala-se muito sobre autoestima e amar-se a si mesmo, mas é um paradoxo grande amar a si quando temos toda uma sociedade que diz que: ‘mulher sozinha ou desquitada não presta’; ‘homem que vive solteiro deve ser gay ou psicopata’… Tantos pré-conceitos para justificar escolhas que não são nossas e que, portanto, não devem pesar tanto em nossas vidas. Mas, infelizmente, pesam e, enquanto isso, as nuvens passam, os ventos sopram e mudam, a vida, seja como for, segue seu curso, sem precisar de nossos tolos julgamentos, sem pedir nossa opinião e sem se importar com o que pensamos sobre nossos irmãos em humanidade. A vida simplesmente é; assim como o Amor, assim como esse dia e todos os outros.
Claro, se puder, seja gentil com quem você ama. Sempre.
Se não tiver alguém especial, seja gentil com suas porções Yin e Yang — feminino e masculino — que creia ou não, existe em cada um de nós. Apenas seja delicado em compreender que tudo é dual, inclusive, nós. E isso não é ruim, é apenas uma manifestação desse divino que faz parte da Criação e que nos permite evoluir.
Eu tenho em mim esses dois seres que me complementam e hoje, dedico essa frágil e pequena crônica a tudo o que aprendo a partir deles para que, em breve, possa expandir esse aprendizado para todos os seres com os quais sou interdependente na certeza de que juntos podemos fazer desse lugar um corpo celeste que respeita, ama e abraça suas diferenças, sua diversidade e sua amorosidade manifestada em Todxs e em Tudo.
Gratidão!